Terra de revoluções


Ao longo dos últimos meses, a imprensa revelou que Nicolas Sarkozy, o Presidente da República francês, exprimiu por várias vezes o mesmo receio: nem mais nem menos do que ter o “mesmo” destino que o rei destronado pela Revolução Francesa de 1789, Luís XVI. Pelos vistos, Nicolas Sarkozy considera ter vários pontos em comum com um dos poucos monarcas do mundo a ter sido decapitado. Primeiro e antes de mais, a bela esposa, com “Carlita” como uma versão moderna de Maria Antonieta, segundo, os conselheiros incompetentes, “pois nada é bem feito se não for feito por ele mesmo” e, por último, mas bem mais importante, estes franceses ingratos, sempre prontos para a rebelião, completamente ingovernáveis…

Numa altura em que a polícia teme a falta de efectivos para lidar com as várias manifestações que surgem espontaneamente um pouco por todo o lado na cidade de Paris, será que está para breve uma nova Revolução francesa? O espírito “sans-culotte”, literalmente “sem-calções”, (que nada tem de exibicionista: apenas faz referência ao hábito do povo que não usava calções como os nobres da altura), vive este ainda entre os franceses?

Durante muito tempo, mesmo após o Império de Napoleão ter sucedido à República revolucionária, os franceses continuaram a alimentar a chama da Revolução, e não apenas por ocasião da habitual degustação de uma cabeça de novilho no dia do aniversário da decapitação de Luís XVI: de facto, todo o século XIX foi ritmado por espasmos revolucionários, que frequentemente se propagaram por a toda a Europa, em 1830, 1848 e em 1870. Durante esta época, os tumultos que se fizeram sentir na política francesa determinaram uma boa parte do destino dos povos da Europa. Bastava um mínimo sinal de vida por parte do povo francês para que os restantes soberanos do continente tremessem (excepto, talvez, a rainha de Inglaterra). E, no século XX, se foram as guerras que ritmaram a História, a França não deixou de viver ao ritmo das lutas sociais: movimentos insurrectos antes da I Guerra Mundial, Frente Popular nos anos 30, greves gerais do após guerra... até ao Maio de 68.

Sentido revolucionário


Esta não foi apenas mais uma revolta estudantil, mas também, e sobretudo, uma enorme greve geral (três semanas de greve, nove milhões de grevistas) e um movimento internacional que agitou diferentes povos, desde os Estados Unidos às democracias populares. Novamente, a França parecia revelar o caminho… Mas, curiosamente, é em 68 que a França parece perder aquilo que a tornava tão particular: a capacidade de colocar o sistema em questão para fazer nascer uma sociedade e instituições melhores, mais justas. Maio de 68 foi uma revolução que ficou a meio e que deixou profundas sequelas na mentalidade colectiva dos franceses. Os seus intelectuais, que, de Voltaire a Sartre e Camus, estiveram sempre na frente de combate pela defesa da herança das Luzes, perderam quase todos a credibilidade, tendo sido “substituídos” pelos intelectuais liberais. A Revolução francesa tornou-se numa referência cada vez mais desacreditada.[1] Os marxistas vêem nela principalmente o triunfo da burguesia. Os liberais vêem a génese dos totalitarismos do século XX e, hoje em dia, do terrorismo. Alguns radicais vêem a origem de uma sociedade que defende a dominação branca em nome do universal, incapaz de ter em conta a diversidade humana. A República, neste contexto passou a ser considerada como um regime não revolucionário, um emblema da pacificação social, da ordem. Poderá a República ainda ser revolucionária?

Desde a ascensão da República que as querelas sobre o sentido da Revolução se tinham atenuado. Para a cultura republicana, e como afirmava Clemenceau, “a minha revolução é um bloco”. Foi precisamente para se apagar a chama revolucionária, que se atacou a sua fundação, em 1789. Os liberais dos anos 1970, e especialmente um certo François Furet, destruíram este consenso republicano para desacreditar definitivamente o gosto francês pelas revoluções. “Na véspera de uma data potencialmente perigosa, o bicentenário da Revolução, foi publicado um enorme “Dicionário Crítico da Revolução Francesa” (1200 páginas), abordando eventos, actores, instituições e ideias. As suas centenas de entradas, escritas por cerca de 20 contribuidores escolhidos a dedo, proporcionaram uma base de refutação de algumas lendas de esquerda e de equívocos tradicionais do episódio fundador da democracia moderna. O grandioso impacto deste compêndio de conhecimento moderado, criado e executado de forma impressionante, acabou com qualquer perigo de festejos dos neo-jacobinos em 1989. Quando o bicentenário chegou, Furet foi o incontestável mestre intelectual de cerimónias, enquanto a França prestou homenagem aos princípios fundadores – devidamente clarificados – de 1789, e voltou as costas às últimas atrocidades de 1794. Eliminar o passado errado, e recuperar o certo, foi essencial e inevitável para a chegada atrasada do país ao porto seguro da democracia moderna”. Esquecendo que o período do “Terror” salvou a Revolução face aos exércitos dos soberanos europeus e às insurreições camponesas manipuladas pelos monarquistas, e que a Revolução “deu à França um corpo sólido de camponeses proprietários, ainda hoje considerado como um factor essencial de estabilidade política”[2], a realidade social foi “transfigurada pelas palavras dos ‘representantes do povo’”[3] e o regime tornou-se numa República burguesa respeitante do direito, e, portanto, da propriedade dos ricos, e protegida das “mudanças de humor” do povo por um sistema representativo. A maneira como se chegou a esta fase não é um mistério: o patronato agiu sorrateiramente, a liberalização liquidou os sindicatos, a queda da URSS liquidou os comunistas, a esquerda desapontou no poder, a direita soube aproveitar-se da revolução conservadora liberal e do populismo e a televisão, privatizada, lavou os espíritos e promoveu líderes de opinião e intelectuais medíocres.

Debate público


Algo que é realmente característico ao povo francês é a discussão interminável sobre os princípios e os significados de qualquer acção ou acontecimento. Num artigo publicado na revista Multitudes sobre François Furet, Berger e Riot-Sarcey mencionam o facto de o circuito semiótico ser “o mestre absoluto da política”[4]. A Revolução Francesa não poderia ser um melhor exemplo: “Trata-se de se saber quem representa o povo, a igualdade, ou a nação: é a capacidade de se ocupar esta posição simbólica, e de a conservar, que define a vitória”[5]. Como refere Jacques Guilhaumou, no artigo “La haine de la Révolution française, une forme de haine de la démocratie”, basta uma denunciação de uma revolução individualista e insistir-se no preço desta revolução[6] para que a revolução social passe para segundo plano e o discurso sobre a democracia se inverta[7]. Neste mesmo artigo, Guilhaumou relembra as palavras de Rancière: “o termo democracia, visto pelo lado negativo, torna-se indistinto do de totalitarismo, substitui-o”. Segundo Hobsbawm[8], verificou-se assim uma marginalização da revolução, e, para se recuperar o seu verdadeiro significado, será necessário discuti-la tendo-se em conta o seu contexto histórico e não o dos dias de hoje, sem se estar ao serviço da política actual. O livro deste autor britânico, “Às armas historiadores. Dois séculos da história da Revolução francesa”, publicado na altura do bicentenário da Revolução, foi imediatamente traduzido pelos editores italianos e espanhóis. No entanto, nenhum editor do próprio país da Revolução decidiu adquirir os direitos de reprodução e publicar a obra em francês, mesmo se bastantes outras obras sobre este acontecimento, mesmo estrangeiras, foram publicadas na altura e nos anos que se seguiram. Na verdade, verificou-se uma grande relutância por parte dos grandes editores franceses face aos autores e trabalhos abertamente contra a ideologia dominante. A sua publicação em 2007 talvez indique que a situação esteja a começar a mudar…

Como comenta Perry Anderson, “A França é, de todos os países europeus, o mais difícil para qualquer estrangeiro de descrever. A sua irascibilidade é o resultado, em primeiro lugar, de tudo o que os franceses produzem sobre eles mesmos, numa dimensão inimaginável em nenhum outro país. Setenta títulos apenas sobre a campanha eleitoral de 2002. Dois mil livros sobre Mitterand. Três mil sobre De Gaulle.”[9]. Como o próprio De Gaulle afirmou, “A França é inconcebível sem grandiosidade”. Mesmo a língua francesa, outrora a língua do Iluminismo e durante muito tempo o idioma utilizado nas relações diplomáticas mundiais, é sentida como uma língua universal e associada à ideia de civilização francesa (mais do que apenas cultura).

Resistência


Se existe um país que tem a revolução na alma, este país é a França. Mesmo hoje, em que o conformismo e o politicamente correcto parecem estar bem presentes e que “a ideia de revolução está em crise”[10], as ruas desafiam repetidamente o governo: em 1984, em 1986 e, mais recentemente, em 1995, seis semanas de greve consecutivas que bloquearam qualquer tipo de serviço público e uma desordem a nível nacional, que levou à vitória do movimento. Não há, portanto, dúvidas de que a “inflamabilidade popular” é algo inerente ao povo francês. Desde que estou em Paris que já assisti a duas grandes greves gerais. A última, a 19 de Março, reuniu entre 3,23 milhões e um milhão e meio de manifestantes (número oficial), em todo o país. As universidades já estão em greve há mais de um mês, ocasionalmente com direito a portas bloqueadas pelo batalhão de choque. A polícia não sabe como lidar com as manifestações que cada vez se tornam mais espontâneas e imprevisíveis. Há duas semanas que, todos os dias, continuamente, oiço os jambés dos trabalhadores do KFC da esquina (restaurante da cadeia de fast-food Kentucky Fried Chicken). Tomaram o restaurante e estão em greve, exigem que o KFC assine as suas carteiras de trabalho (alguns já estão a trabalhar ilegalmente nestas condições há 10 anos e correm agora o risco de serem expulsos do país). Decididamente, existe um paralelo entre a França pré-revolucionária e a França actual: a ignorância por parte da elite da realidade do povo (“la France d’en bas”). Existe mesmo uma espécie de piada (ou história verídica?) que ilustra perfeitamente esta situação: antes da Revolução de 1789, Maria Antonieta ouve a população que se manifesta e pergunta qual é a razão de tanta algazarra. Esta não percebe o porquê do descontentamento: se eles não têm pão, porque não comem brioche? (É importante salientar que brioche é uma espécie de pão-de-leite, um pão doce, o qual, obviamente, não fazia parte do regime alimentar do povo.)

Vocação


Para se encontrar a verdadeira França, aquela que resiste e que se revolta, não se pode procurar nos lugares míticos da Revolução, as Tulherias ou a Bastilha. A prisão já não existe, foi imediatamente demolida após o 14 de Julho por um empresário da construção e pelos seus empregados. Esta não abrigava na véspera do 14 de Julho mais do que uma dezena de prisioneiros – a maior parte filhos de boas famílias em prisão temporária por embriaguez, e, pelos vistos, existiu mesmo uma conspiração que dirigiu astuciosamente a cólera do povo para esta velha prisão, por pura especulação imobiliária! É também inútil procurar-se esta França na universidade Sorbonne ou no bairro de “Saint-Germain des Prés”, que outrora abrigaram a contestação e os intelectuais, mas onde actualmente nos cruzamos com mais polícias do que estudantes. Para se encontrar a França de amanhã, aquela que, talvez em breve, voltará a fazer História, é preciso apanhar-se o metro e afastar-se do centro de Paris. É preciso olhar-se para esta juventude urbana mestiça que se revoltou violentamente em 2005, suscitando a atenção de todo o mundo. É preciso olhar-se para a França “média” da província que teme que os seus filhos não consigam, pelo menos, alcançar o mesmo estilo de vida que os pais, perdendo o conforto conquistado arduamente pelas gerações anteriores. São estes quem fará a próxima revolução.

Susana Nunes, artigo publicado no Aqui & Agora


[1] ANDERSON, Perry (2004), "Dégringolade”, in London Review of Books; [2] HOBSBAWM, Eric (2007), Aux armes, historiens. Deux siècles d’histoire de la Révolution française. La Découverte; [3] BERGER, Denis, RIOT-SARCEY, Michèle (2005), “Francois Furet : l’histoire comme idéologie”, Multitudes; [4] Ibidem; [5] Ibidem; [6] HOBSBAWM, Eric, “Aux armes, historiens !”, programa especial da emissão radiofónica “Là-bas si j'y suis”, de Daniel Mermet, difundida pela rádio France Inter, a 8 de Janeiro de 2008; [7] GUILHAUMOU, Jacques (2006), “La haine de la Révolution française, une forme de haine de la démocratie”, in Révolution Française.net; [8] HOBSBAWM, Eric, “Aux armes, historiens !”, programa especial da emissão radiofónica “Là-bas si j'y suis”, de Daniel Mermet, difundida pela rádio France Inter, a 8 de Janeiro de 2008; [9] ANDERSON, Perry (2004), "Dégringolade”, in London Review of Books; [10] BERGER, Denis, RIOT-SARCEY, Michèle (2005), “Francois Furet : l’histoire comme idéologie”, Multitudes.

And an american view...

Why the French Love to Strike

Bruce Crumley, Time Magazine, 16/04/2009


A portuguese view about France

La langue, le vert harmonieux et lisse du paysage, la campagne et ses villages innombrables, ses maisons blanches aux toits rouges ou noirs, ses voix qui vous saluent, qui pour tout ou rien vous disent “pardon”* dans les rues de Paris. Et cette fameuse douceur française. Aujourd’hui, je me sens trahi par la France. J’ai assisté au déclin de la langue française dans le monde avec le même sentiment de perte que j’ai ressenti lorsque j’ai vu s’effacer tout ce qui, il n’y a pas si longtemps, nourrissait l’éclat, la joie et même la fierté de notre idée personnelle de la France. Elle dictait le goût, l’esthétique, la pensée et la mémoire de toute l’Europe. Grandiose, démocratique et libertaire, elle recueillait dans ses bras généreux les émigrés, les exilés politiques, les déserteurs et les réfractaires des guerres coloniales [entre 1961 et 1974, s’agissant du Portugal]. (...)

João de Melo, Courrier International, 16-04-2009
Nota : artigo publicado em português no Jornal de Letras.


Je construis mon intrigue avec Excel

Utiliser des tableurs ou des logiciels de gestion pour composer son roman ? (...)


"Vida Simples" - Parte II

Le terme de "nono" (contraction de nouveau-nomade) a envahi la langue des sociologues et des voyagistes. Et Jacques Attali a pu prévoir dans le monde polycentrique des années 2020-2050 une nouvelle catégorie d'individus : les hypernomades. Qui seront-ils ? Pas ceux des tipis, yourtes, datchas et roulottes, mais la clientèle nantie écumeuse de capitales que visent les architectes designers d'avant-garde. (...)

Le Monde, 20/04/2009

"Vida Simples"

Num momento de crise, em que se continua a insistir nas políticas de crédito, consumo e crescimento económico, a simplicidade voluntária (re)surge com uma visão alternativa para a solução dos problemas gerados na sequência do excesso de produção e consumo da era industrial, nomeadamente os ambientais.

Recuperando de tempos ancestrais a ideia de despojamento material, os adeptos e teóricos deste movimento sócio-cultural propõem a sua recuperação e aplicação nos nossos dias, nomeadamente na Austrália, Brasil, EUA ou Grã-Bretanha.
(...)

Por Dina Cristo, no Aqui & Agora, 15/04/2009.

Les polémiques que soulève le commerce équitable

  • Un produit issu du commerce équitable a la réputation d’être plus cher qu’un produit provenant de l’industrie classique. Cela n’est pas toujours vrai. Par exemple : 0,02cts € par tasse de café /!\ De plus, ne vaut-il mieux pas mettre un peu plus cher pour un produit et consommer un produit de qualité ?
  • Un autre problème lattant du commerce équitable est la question des transports. En effet, un sachet de thé qui vient du Sri Lanka n’a malheureusement pas un bilan carbone neutre ! Mais quitte à choisir un produit que l’on ne trouve pas sous nos latitudes, autant que le fabricant reçoive un revenu plus juste... De plus, certains produits issus du commerce équitable bénéficient d'une compensation carbone.
  • J’ai souvent entendu parler les critiques d’une nouvelle forme de colonialisme en évoquant le commerce équitable. Ceci est parfaitement faux dans le sens où le commerce équitable n’est pas voué à durer dans le temps. Il s’agit d’un tremplin pour que les producteurs en difficulté dans les pays du Sud puissent éviter les fluctuations (parfois violentes) du marché international. Le but du commerce équitable est en aucun cas la conquête d’un territoire sans foi ni loi, mais bien de soutenir un développement économique et durable sur place, à amener à une autonomie des populations, et non piller leurs ressources.
  • Concernant les emballages, on peut encore exiger mieux ! En effet, un sachet de thé du commerce équitable est souvent emballé dans une petite boîte en carton recyclé puis dans un emballage individuel en papier ou en plastique. Ceci est largement critiquable d’un point de vue environnemental ! Que de déchets pour une tasse thé ! Alors qu’une marque comme Tetley – complètement hors du circuit du commerce équitable - a réfléchi à supprimer les emballages de certaines sortes de sa gamme en offrant au client 5 sachets de thé supplémentaires grâce à la l’espace gagné dans la boîte en carton recyclé. Il existe bien évidemment la solution d’acheter du thé en vrac, mais le plus visible dans les rayons reste le thé en sachets...
  • Le problème de la transparence et de la clarté sur les produits. Les inscriptions données au dos des paquets de riz, de quinoa, sur les étiquettes de jus de fruits etc… peuvent permettre aux Européens de se renseigner sur l’origine du produit, et d’aller plus loin en présentant des avancées que le commerce équitable provoque, tels que l’interdiction du travail des enfants, l’alphabétisation et les projets mis en œuvre dans les coopératives d’où vient le produit.
  • Les personnes prônant la décroissance diront que le commerce équitable est sans doute une bonne initiative, mais il s’agit malgré tout de consommation... Evidemment, comme nous l’avons déjà souligné plus tôt, l’intérêt n’est pas de consommer plus juste parce que c’est bon pour la conscience ! Au contraire ! Il s’agit de consommer mieux, en connaissance de causes, en « faisant sa part », voire de consommer moins !
  • Pourquoi les producteurs du Sud et pas du Nord ? La question revient souvent de savoir pourquoi aider des producteurs à l’autre bout du monde tandis que l’agriculteur de notre village a du mal à subsister. Force est de constater que le contexte est totalement différent : un agriculteur des pays du Nord pourra subvenir aux besoins vitaux de sa famille avec ce qu’il gagne. Même s’il connaît des difficultés, cela ne remettra ni en cause la scolarisation de ses enfants, ni l’alimentation de sa famille au quotidien. Aussi, les subventions attribuées par l’UE représentent une aide supplémentaire et non sans importance pour ce producteur. Alors qu’à l’inverse, le petit paysan du Sud ne reçoit pas de subvention et n’a aucune certitude de pouvoir envoyer ses enfants à l’école, ni même de pouvoir sustenter son entourage !
Christophe MAGDELAINE, notre-planete.info, 14/04/2009

Colour of the next season: green

"Ce problème de pollution a une solution, qui va créer des millions d'emplois verts et mettre un terme à la dépendance de notre pays au pétrole étranger"

Lisa Jackson, Le Monde, 18-04-2009

"Portugal é de todos"

A recolha de propostas da iniciativa "Portugal é de todos", projecto da VISÃO, SIC, Expresso e portal aeiou para celebrar os 35 anos do 25 de Abril, chegou ao fim e saldou-se por um verdadeiro êxito. Mais de 1 100 pessoas aceitaram o desafio que lançámos e inscreveram as suas propostas - num máximo de nove por participante - para ajudar Portugal a ser um país mais livre, mais democrático e mais solidário. (...)

Visão Online, 17/04/2009

Um projecto a seguir



The french II

Dar o braço a torcer

I know it's Coca-Cola but I feel forced to surrender this time...


Thank you for remembering me about it.

Calculette Éco-déplacements

La calculette Eco-déplacements permet à chacun de comparer l'impact sur le climat de différents modes de transports pour un déplacement de type domicile-travail. Elle permet d'évaluer pour chacun des modes de transport (voiture, covoiturage, marche à pied, vélo non électrique, deux-roues motorisé, bus, métro, tramway, train) les 3 impacts suivants :

- les dépenses / le budget (coût),
- les émissions de gaz à effet de serre (CO2),
- les consommations de carburant (énergie).


Un outil disponible ici.