Toca a Ganhar

Há uns dias acordei com a sensação de que tinha assistido a algo surreal na TVI na noite anterior mas, como nem me lembrava muito bem o que tinha sido, acabei por não pensar mais nisso. Só mais tarde, quando me deparei com este artigo do JN é que comecei a ganhar consciência da dimensão da "pobreza" a que assisti. Uma cara vagamente conhecida, pelos vistos a ex-BB Liliana Aguiar (na foto), passa cerca de uma hora em directo (às 3h da manhã?!) a esganiçar num monólogo entediante e repetitivo, tentando aliciar os telespectadores a telefonar para o programa, para participarem nos diversos passatempos. É simplesmente horripilante, não só pela voz estridente da rapariga, como pela ideia geral do programa em si (a começar pelo nome: "Toca a Ganhar"). Interrogo-me sobre quem serão os telespectadores que acabam por telefonar para o programa. Mas de um facto não duvido: se telefonam não é certamente apenas pelo dinheiro, mas para a rapariga se calar por uns instantes.
Encontrei no YouTube um pequeno excerto, para quem estiver curioso. Tenho pena de não ser um daqueles momentos em que ela já está sequiosa de tanto falar, mas foi o que se pode arranjar.


Foto da GQ.

Junk TV

Polémica na Holanda
Endemol lança 'reality show' de doação de órgãos

"Uma mulher vai decidir através de um reality show qual de três pessoas merece receber os seus rins e sobreviver à doença. (...)"

Senso comum

Centenas de cidadãos de Hong Kong pedem ao conselho regulador dos meios de comunicação que classifique a Bíblia como um livro obsceno. Queixam-se dos capítulos que o livro dedica à violência e ao sexo.
Tudo começou com um artigo que apareceu numa revista estudantil em que se perguntava aos leitores se alguma vez tinham fantasiado com incesto ou zoofilia. As autoridades consideraram que o artigo era indecente e vetaram-no. Alguns grupos cristãos aplaudiram a censura do artigo. Ao invés, grupos de estudantes e professores universitários consideraram a medida um atentado à liberdade de expressão, uma liberdade que existe em Hong Kong — mas não no resto da China — graças aos acordos assinados por Pequim como condição para a devolução da colónia pela Grã-Bretanha.
De modo que os que estavam contra a censura do artigo resolveram dizer que, se o proibiam por ser indecente, com mais motivos deveriam proibir a Bíblia. Para melhor explicarem até que ponto a Bíblia contém capítulos impúdicos, criaram um site e afixaram nele extractos do livro. Ao abrigo das leis sobre a obscenidade, exigem que seja proibida a leitura da Bíblia a menores de 18 anos, que cada Bíblia tenha na capa um aviso advertindo para o seu carácter pornográfico e que seja vendida num invólucro transparente para que não possa ser folheada nas livrarias.
Mas o organismo hongkonguense regulador dos media diz que a proibição não é fácil porque “se trata de um texto religioso que faz parte da civilização”. A Reuters pediu a opinião de um reverendo protestante chinês, que explicou porque é que a Bíblia não deve ser proibida: “O facto de aparecerem nele cenas de violações não quer dizer que o livro promova esse tipo de actividades. Trata-se do senso comum.”

The Machine is Us/ing Us

Preventative censorship

"An Italian politician has sparked a furore by urging state broadcaster Rai to block the transmission of a controversial BBC documentary.
The programme, aired in the UK in October, investigates the sexual abuse of children in the Catholic Church.
Italian journalist Michele Santoro has asked to purchase the rights to the film to broadcast it on his talk show.
But Mario Landolfi, who heads Rai's parliamentary oversight committee, has asked Rai to prevent its transmission. (...)"

Filme de baixo orçamento

Jerry Seinfeld é uma abelha gigante.
Chibos.
E o uTube, você conhece?

Negócios

"Um repórter português, por exemplo, está a colaborar com uma das principais cadeias inglesas por 300 euros diários. E ontem outro jornalista que se encontrava na aldeamento Ocean Club foi abordado pela prestigiada BBC. Chegaram ao pé de mim e perguntaram se me podiam entrevistar para que eu enquadrasse o caso. Disseram que me pagavam 250 euros."

Photoshop - an unbelievable tool

House

O poder educativo da televisão vem de onde menos se espera.

O Diogo aparece-me com a camisola cheia de autocolantes de um boneco preto com o coração a vermelho.

- Contribuíste, foi? Com quanto?

- Dei dois cêntimos por cada um.

- Dois cêntimos? Só?!

- Então, ela disse que eu podia dar o que quisesse e não me apeteceu dar muito…

- Sabes, ao menos, para onde é que vai tanta generosidade?

- Sei! Para a prevenção das doenças cardiovasculares.

- Ena! Muito bem. E o que é que são "doenças cardiovasculares"?

- São doenças do coração, claro! Eu também vejo o House, mãe.

Por vieira do mar, no Passeai, Flores!....

Em directo

Em Portugal, nada parece acontecer até às 20 horas de cada dia. Sucedem-se, neste instante, as conferências de imprensa “em directo”, sem intervenção jornalística: os repórteres limitam–se a estender os microfones. E já nem arriscam perguntas, na certeza antecipada de não haver respostas. É uma esquizofrenia tipicamente portuguesa. Que só perdura por culpa exclusiva das nossas televisões. Na ânsia do “directo”, fornecem tempo de antena gratuito a qualquer um. Que tanto pode ser o primeiro-ministro como o presidente do Benfica, tanto pode ser o presidente demissionário da Câmara de Lisboa como o director da cooperativa que "dirige" a Universidade Independente, tanto pode ser o líder do PSD como um indivíduo barricado não sei onde a reivindicar não sei o quê. O circo continua. Sempre com hora marcada: as oito da noite. Antes da telenovela.

Política cultural portuguesa

"(...) Para um hiperactivo, a criação em Portugal também pode ser desesperante?
Sim. Completamente. As coisas não acontecem ao ritmo que eu quero.

Refere-se ao facto de o argumento do seu segundo filme ter sido excluído da lista dos projectos subsidiados este ano pelo Instituto de Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM)?
Sim. Isso foi algo chocante. Nunca me passou pela cabeça - depois de fazer um filme como Alice, que ganhou prémios em Cannes e na Argentina, e levou cerca de 37 mil pessoas às salas de cinema - vir a ter dificuldade para voltar a filmar. Não faz sentido. Neste momento, já devia estar a rodar o segundo filme e não estou. A política cultural do ICAM é extremamente irresponsável e não tem qualquer linha definida. Eu, pelo menos, não a percebo. Este ano recusaram financiar o meu projecto, mas financiaram o de outros que eu considero demasiado comerciais e, como tal, auto-sustentáveis. (...)"

Excerto da entrevista da Única a Marco Martins (5 de Maio de 2007).

18,000 people stripped down

Approximately 18,000 people stripped down for Spencer Tunick in Mexico City's largest square on Sunday morning, setting a new record for the U.S. photographer famed for his mass nude photo shoots.
Male and female volunteers of different ages stood and saluted, lay down on the ground, crouched in the fetal position and otherwise posed for Tunick's lens in Mexico City's Zocalo Square, the city's massive central plaza also known as Plaza de la Constitucion. (...)

In CBC News.

Writers' rooms

Inspiring.

The predators of press freedom

... according to the website Reporters Sans Frontières.